Hoje vamos contar um pouco da história do Papel de Parede. Esse é um tipo de revestimento que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Mas seu uso já é de longa data. O uso de revestimentos para ornamentação de ambientes iniciou com tapeçaria e progrediu aos materiais de hoje (têxteis e naturais). Impulsionado pela era da industrialização, a produção e a utilização do Papel de Parede aumentou em escalas altíssimas. Além disso, toda a tecnologia e meios de produção criados permitiram gradativamente que o mundo do Papel de Parede ganhasse cada vez mais possibilidades visuais e de acabamentos.
A História do Papel de Parede
Sua origem é da China, onde se acredita que surgiu por volta de 200 anos antes de Cristo. Inicialmente, o Papel de Parede era produzido sem ornamentos, sendo à base de arroz e totalmente branco. Seu uso era totalmente funcional. Aplicava-se o Papel de Parede para revestir a parede e somente isso. Era sobretudo, sem desenhos e sem o objetivo de ornamentar.
Após algum tempo, o Papel de Parede passou a ser manufaturado com pergaminho vegetal. A partir desta inovação, iniciou-se a inclusão de elementos decorativos, como cores e desenhos, com toda a ornamentação sendo feita à mão, por artesãos. Em seguida, para facilitar mais sua produção surgiram carimbos de madeiras que eram embebidos em tintas e entalhados no material de base para criar padronagens, como o Arabesco por exemplo. Porém, ainda assim, o Papel de Parede era um item de luxo e ostentação, mais presente em palacetes e ambientes de ricos comerciantes.
Se você conhece um pouco sobre Papel de Parede sabe que atualmente o grande pólo de criação e produção deste revestimento é na Europa. Então, você deve estar se perguntando como o Papel de Parede saiu de seu berço na China e chegou ao continente europeu, local onde toda a sua história seria impulsionada.
O uso do Papel de Parede na Europa
Isso aconteceu por meio de comerciantes árabes que levaram o Papel de Parede à Europa no século de XVI. Sobretudo, com o objetivo de substituir as telas e tapeçarias na decoração das paredes, janelas e portas. Inicialmente, o uso do Papel de Parede na Europa era feito com os produtos já disponíveis, seguindo toda a tendência da China. Estas cópias dos papéis chineses chamavam-se chinoisserie. Mas, rapidamente artesãos europeus, especialmente na França, iniciaram sua própria criação e desenvolvimento in loco. A partir daí, as ilustrações ganharam uma personalidade própria europeia. Na Europa, o Papel de Parede também fez muito sucesso. Porém os meios de produção não eram de massa e seu processo muito lento, conferindo um caráter de luxuosidade e exclusividade também nesta região.
Já em 1630, a primeira fábrica de Papel de Parede que se tem notícia foi inaugurada, a Papel-Toutisses, em uma cidade chamada Roven, na França. Com isso, a produção de Papel de Parede ganhou um pouco mais de velocidade. No entanto, só alguns anos mais tarde, em 1675, o Papel de Parede passou a ser impresso com o mesmo método usado nas gravuras, técnica iniciada pelo gravador francês Jean Papillon. Por meio da passagem dos desenhos para blocos de madeira, o Papel de Parede ganhou a possibilidade de ter mais cores e mais ilustrações, além de maior velocidade. Isso fez com que este material se tornasse um pouco mais acessível.
Paris faz parte da história do Papel de Parede
Um século mais tarde, em 1770, foi inaugurada em Paris uma fábrica de papéis de parede pintados e flocados. Foi aí, portanto, que conferiu à França sua vanguarda neste assunto.
Mas o principal marco de inovação do Papel de Parede aconteceu no ano de 1814. Neste lendário ano, uma nova máquina de impressão que tinha uma técnica inovadora surgiu. Este método, chamado de flock, consistia em aplicar flocos de algodão e seda sobre a tinta fresca, permitindo a criação do Papel de Parede com relevo.
Já no Brasil, o Papel de Parede desembarcou no final do século XIX. Mas somente no ano 1930 sua importação passou a ficar mais viável financeiramente. A partir dos anos 60, o Papel de Parede iniciou sua jornada de conquista dos brasileiros.